tradução caseira da lebre
O coração morto
Não é uma tartaruga
Escondida na sua pequenina carapaça verde.
Não é uma pedra para pegar
e por debaixo da tua asa preta.
Não é uma carruagem antiquada de metro.
Não é um pedaço de carvão que tu podes acender.
É um coração morto.
Está dentro de mim.
É um estranho
mas já foi afável,
abrindo e fechando como uma amêijoa
O que me custou, tu não podes imaginar
psis, padres, amantes, filhos, maridos,
amigos e tudo o resto.
O quão caro que foi continuar.
Também devolveu
Não o negues.
Quase que me pergunto se Abril o poderia devolver à vida
Uma tulipa? O primeiro botão?
Mas esses são apenas devaneios meus
a pena que se tem apenas quando se olha para um cadáver.
Como é que ele morreu?
Chamei-lhe MALVADO
disse-lhe, os teus poemas tresandam como vómito.
Não fiquei para ouvir a última frase.
Morreu na palavra MALVADO.
Eu fiz isso com a minha língua.
A língua, dizem os chineses
é como uma faca afiada
mata sem derramar sangue.
Anne Sexton
foda-se...cortei-me.
ReplyDeleteO fado é bom para xuxu...
ReplyDeleteVê este da Amália:
http://www.youtube.com/watch?v=SYdyMVpkCOM
P.S.:"Chamar de" não existe em português, apenas no do Brasil.
obrigada pela chamada de atenção, realmente a tradução nao estava perfeita.
ReplyDeleteObrigada pelos teus momentos poéticos. É um prazer ler-te.
ReplyDeletefaz algum tempo que descobri e me enamorei por Anne Sexton, aqui, contigo.
ReplyDeleteas tuas traduções são sempre um belo presente :)
obrigada pela enorme generosidade que se respira neste espaço.
[sigh]
ReplyDelete___*
a da fotografia parece a Alice quando o João lhe dá banho!
ReplyDelete(Loulou + Nini sem a Alice e muito menos o João)
os chineses dizem coisas muito interessantes. têm, por exemplo, como símbolo da morte...o limão.
ReplyDelete(terrível esse poema)